sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Arte marginal


O Delegado Reinaldo Lobo de Riacho Fundo (Brasília), teve relatório recusado pela sua corregedoria por cometer o erro de ter poetizado.



Veja alguns trechos do relatório:

"O preso pediu desculpa/disse que não tinha culpa/pois estava só na garupa/foi checada a situação/ele é mesmo sem noção/estava preso na domiciliar/não conseguiu mais se explicar".

"Se na garupa ou no volante/sei que fiz esse flagrante/desse cara petulante/que no crime não é estreante".


Para entender toda a situação veja o relatório na íntegra ...






"Já era quase madrugada


Neste querido Riacho Fundo

Cidade muito amada

Que arranca elogios de todo mundo



O plantão estava tranqüilo

Até que de longe se escuta um zunido

E todos passam a esperar

A chegada da Polícia Militar



Logo surge a viatura

Desce um policial fardado

Que sem nenhuma frescura

Traz preso um sujeito folgado



Procura pela Autoridade

Narra a ele a sua verdade

Que o prendeu sem piedade

Pois sem nenhuma autorização

Pelas ruas ermas todo tranquilão

Estava em uma motocicleta com restrição



A Autoridade desconfiada

Já iniciou o seu sermão

Mostrou ao preso a papelada

Que a sua ficha era do cão

Ia checar sua situação



O preso pediu desculpa

Disse que não tinha culpa

Pois só estava na garupa



Foi checada a situação

Ele é mesmo sem noção

Estava preso na domiciliar

Não conseguiu mais se explicar

A motocicleta era roubada

A sua boa fé era furada



Se na garupa ou no volante

Sei que fiz esse flagrante

Desse cara petulante

Que no crime não é estreante



Foi lavrado o flagrante

Pelo crime de receptação

Pois só com a polícia atuante

Protegeremos a população



A fiança foi fixada

E claro não foi paga

E enquanto não vier a cutucada

Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada



Já hoje aqui esteve pra testemunhá

A vítima, meu quase chará

Cuja felicidade do seu gargalho

Nos fez compensar todo o trabalho



As diligências foram concluídas

O inquérito me vem pra relatar

Mas como nesta satélite acabamos de chegar

E não trouxemos os modelos pra usar

Resta-nos apenas inovar



Resolvi fazê-lo em poesia

Pois carrego no peito a magia

De quem ama a fantasia

De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia



Assim seguimos em mais um plantão

Esperando a próxima situação

De terno, distintivo, pistola e caneta na mão

No cumprimento da fé de nossa missão





Riacho Fundo, 26 de Julho de 2011



Del REINALDO LOBO

63.904-4"

Fonte: Portal G1

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